terça-feira, 9 de outubro de 2012

CORAÇÃO ENDURECIDO


 
Num dia de 1652, junto a um refrescante riacho, Maria mão de Jesus apareceu ao cacique de uma tribo. Suave e bondosamente, Maria se dirigiu ao índio em seu idioma nativo, dizendo-lhe que fosse "a casa dos brancos e recebesse a água sobre a cabeça, para ir ao Céu".
Maria demonstrava, assim, seu maternal desvelo pelo povo indigena, desejando que se convertessem, para alcançarem a salvação eterna.
Aparecendo ao cacique, Maria demonstrou também, uma vez mais, sua solicitude particular para com os povos da Amarecia Latina, como já o fizera um século antes em Guadalupe. expressava Ela, desse modo, o quanto era do seu agrado que as nações deste continente crescessem iluminadas pelo sol da Fé.
A aparição de Maria nos fala, ainda da bondade incansável da Maria de Deus para com seus filhos, especialmente aqueles que, por suas ingratidões e durezas, relutam em se colocar sob o manto protetor d'Ela.
Entre os índios, porem, nem todos se sentiam felizes com a nova situação - material e espiritual que lhes era proporcionada. Lamentavelmente, como não é raro acontecer, o maior beneficiado se revolta contra seu benfeitor. No caso, o próprio cacique, a princípio tão decidido em atender o maternal apelo que Maria lhe fizera, desgostou-se daquele modo de vida.
Vencido por suas inclinações selvagens que o impeliam à existência solta nas matas, sem ter de obedecer a nenhuma doutrina nem a mandamentos de uma religião estranha, afastou-se de tudo. Apesar dos esforços para trazê-lo de volta à evangelização, o cacique não quis mais paticipar das lições doutrinárias. 
No dia 8 de setembro daquele ano, Juan Sánchez convidou os índios para assisterem a alguns atos religioso que haviam sido preparados. Obstinado na sua revolta, o cacique desprezou este convite, e viu com maus olhos o contentamento dos seus companheiros que, cheios de alegria e piedoso respeito, rendiam louvores e erguiam preces a Maria.
Com a raiva dominando seu coração, o chefe indigena retirou-se para sua cabana, na qual se encontravam sua mulher, a irmã desta, Isabela, e seu sobrinho, ainda pequeno. Mal-humorado sem dizer nada, o cacique deitou na esteira que lhe servia de cama, remoendo no seu íntimo as dúvidas e más intenções que o atormentavem.
Um longo e pesado silêncio se estabeleceu no interior da cabana. O índio não conseguia serenar sua consciência, pois a lembrança da esplendorosa Mulher que lhe apareceu, bem como de suas doces palavras, não lhe dava sossego.
O cacique ainda repisava seus tumultuados pensamento quando uma luz intensa invade a cabana. Assustado, levantou-se rapidamente, vendo que sua mulher e cunhada olhavam admiradas para o centro daquela claridade.
Envolta num halo celestial, Maria apareceu à porta da cabana, vindo oferecer, uma vez mais, a sua misericórdia de Mãe ao índio empedernido.
Ao recusar a mão materna e bondosa que Maria lhe estendeu, o chefe indigena nos faz pensar no incredulo cujo coração, duro e insensivel, o afasta cada vez mais do caminho que nos leva  á eterna bem-aventurança.

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