sexta-feira, 22 de março de 2013

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO LAÇO DO DESTINO

  
Na escuridão do pensamento, a luz é a verdade. Por isso, devemos ouvir com atenção as sensações que nascem na profundidade dos nossos corações – elas são ecos silenciosos que nos desvencilhará do limo da imperfeição.
Os reflexos da existência corpórea, no sepulcro, serão luz ou treva. Os sentimentos e os desejos que cultivamos durante a trajetória, ser-nos-á o guia na nova vida. A confiança sincera no amparo Divino é a mão misericordiosa que nos conduzirá pelo abençoado caminho das Aventuranças Eternas.
É precisos nos resguardarmos dos sentimentos acintosos para que a luz dissipe as trevas dos nossos caminhos, assim, evitaremos que os nossos pensamentos se emaranhem nos fios da perturbação mental, quando o pesar pelos erros pecaminosos nos compelirem a caminhadas extenuantes pelas trilhas lôbregas, onde seremos assombrados pelo retrato do passado.
No passado, todos nos já abraçamos experiências que nos emparedaram a dor, quando aguardávamos que as lembranças amargas da existência se distanciassem com tempo.
Por isso, não devemos nos deixar corromper por sentimentos que no futuro fecharão para nós, a porta da felicidade.
Para conhecermos a alegria é precisos vencer a tristeza, para que o coração possa perceber a sublimidade dos raios luminosos do amor, e do entendimento Maior.
Os que almejarem atravessar as fronteiras obscuras do sofrimento levando no coração a tocha da esperança na infinita misericórdia de Deus, devem se desprender do sentimento de culpa, para que suas caminhadas não sejam vergastadas pelas lembranças desditosas do passado. Separados das nossas vidas físicas, as imperfeições nos compelem a andar pelo caminho negro do tormento.
Na vida material, as “ardências” da carne são prazerosas, mas, ao longo da vida, as satisfações ilusórias que o vício propicia são causadoras das enfermidades do corpo. Quando nos apercebemos embalados pelos braços árduos da amargura, conscientizamo-nos que os prazeres mundanos são espinheiros de angústia, na vida fora da matéria.
É importante lembrarmos que o corpo físico é o veículo temporário que o Espírito precisa para percorrer os caminhos do mapa terreno que a lei o compeliu.
É preciso muito esforço para não continuarmos aprisionados aos reflexos da paixões que cultivamos em nossas existências terrestres. Passarinho engaiolado não aprende a voar.
Na senda da verdade, o pensamento verdadeiramente elevado prescreverá o bem, desestimulando-nos o orgulho e o egoísmo

Psicografado por Rozalia P. Nakahara – Espírito Conde Odilon

O OUTONO

Quando o pálido e pródigo outono, com largueza,
Abandona nos campos, num noite de embriaguez,
Seus ricos tesouros, as frutas maduras no pomar,
Os cachos de uvas nas parreiras, e seus perfumes sutis,
O córrego puro volta a irrigar o prado
E volta a cantar a sua canção às margens umidecidas;
O sopro dos zéfiros, morno como na primavera,
Derrama nos roseirais amarosos os seus cantos;
A folha do arbusto, tombando sobre a terra,
Parece procurar mais longe e bosque e seus mistérios;
O pastor matinal conduz seus rebanhos
Nos prados, soprando suas flautas ligeiras;
A andorinha, que voeja em frente à janela,
Quer rever o telhado que a viu nascer:
Dar-se-ia que seu canto triste e misteriosos,
Aos moradores da casa, quer dizer seus adeuses;
A abalha, ao pino do dia, bordeja na latada
E se embriaga nos perfumes que a embriagaram na véspera.
Desde que a fresca manhã, branqueado o horizonte,
Com seus primeiros raios, acorda a habitação,
A jovenzinha se levantou e logo, em caminho,
Debulhando a canção que cada aurora escuta,
A podadeira à mão, as saias arrepanhadas,
à vinha ela acorre. _ Seus pés nus lavados
Pelo orvalho rosado. Alerta e corajosa,
Ela é vista nas fileiras ramalhando ao vindimador
Que se diverte a conversar sem encher seus cestos;
O pai, um pouco além, comanda os obreiros;
Os sulcos são revistos duas vezes pela vovó
Que recolhe, ao passar, os grãos caídos na terra;
O rapaz, em casa, arranja os tonéis gorduchos,
As esteiras estendidas para deitar as uvas,
A criança lança, brincando, o estalo de um riso feliz
Ao redor da velha espremedeira, que sob seus pés suspira,
Já, nas bacias, o vermelho licor.
Faz escoar suas ondas de ouro; sua espuma cheirosa
Leva ao longe os perfumes e sua branca fumaça.
Todo mundo já voltou. _ Cada um experimenta, à sua vez,
Cantando uma canção, o vinho novo do dia.
Não lhe parece que Deus, na sua grandeza
Não quis misturar a alegria e a tristeza?
ECOS POÉTICOS - L VAVASSEUR

terça-feira, 12 de março de 2013

VIDAS PRETÉRITAS

 
Há males que são nossa Expiação.
Lutamos pelo equilíbrio, provendo-nos de todas as precauções aconsalhadas pela prudência e, mesmo assim, vemo-nos frustrados em nossas mais santas aspirações, qual se ainda nos confiássemos à orientação da imprudência.
Fornece o arrimo de família, criando pânico!
Ocorrem incidentes que nenhuma previsão impediria.
Surgem os quadros das enfermidades congênitas.
Em casebres humildes e nas habitações palacianas, encontramos seres infelizes, carregando deformações físicas e mentais, aleijões do corpo e retardados mentais, em vivência dolorosa.
No exame retrospectivo, desta vida, nada fizeram!
Por mais que demorem o seu olhar nos dias que terminaram de transcorrer, procurando localizar a causa de tão cruciantes realidades, não identificam a origem de seus males.
O germe dessas aflições está em vidas anteriores.
Quase sempre o sofrimento maior, aquele que nos induz ao queixume e que transportamos qual incômodo fardo de que pretendemos despojar-nos, é decorrência da faltas cometidas em existência pretéritas. Despontam em nossa atual romagem por preciosos avisos, postos à margem de nossa estrada evolutiva, prevenindo-nos de acidentes maiores, precatando-nos de quedas mais graves.
São expiações dum passado culposo.
Dores há, porém, que não são expiações.
São Provas que tíamos rogado ao Senhor nos permitisse vivê-las, a fim de candidatar-nos a planos maiores, na Espiritualidade. Os sofrimentos, então, são decorrências de tarefas executadas num mundo de dores e que tanto mais mérito nos conferirião, quanto mais penosa a nossa luta.
Com resignação, as expiações se tornam provas.
As expiações, dores que vivemos entre quexumes, expurgam-nos as faltas, ajustando-nos para um dia superarmos as nossas próprias deficiência. As provações, dores que vivemos com resignação, purificam-nos, quais remédios que cicatrizam de vez as nossas chagas, testando-nos
nas imperfeições, para realizarmos as tarefas mais elevadas.
Em todas as aflições, portanto, repletemo-nos do espírito de tarefa, acolhendo-as como dores suplicadas aos Planos Divinos, num liminar de vida maior e, resignados e humildes às lições que a Providência Divina organiza a nosso favor, recolhemos os frutos sazonados de uma felicidade duradoura.
Do Livro Jesus e Kardec - Roque Jacintho

POSIÇÕES

Compenetrando-se da eternidade da vida, com sobrevivência a sua própria personalidade, o homem reconhece, com o Espíritismo-cristão, a Terra por uma abençoada escola, de duras lides, onde recolhe lições inestimáveis para si mesmo.
Tribulações e vicissitudes são de curta duração.
A morte não é canal que nos conduzirá ao nada absoluto e menos ainda será passagem a um plano indefinido, onde as torturas são inenarráveis. É, antes, a libertação do exilado, que se confinava no orbe para fazer jus à bem-aventurança e à paz.
Já uma calma de espírito nos balsamiza, extraindo-nos todo o amargor a que as proecupações do cotidiano nos precipitavam, ardendo-nos no coração.
Éramos prisioneiros da matéria.
Crianças espirituais ante as realidades da vida eterna, detinhamo-nos sobre a existência terrestre qual único bem que podíamos usufruir e, por isso, gravitando em torno das ocorrências materias, dramatizávamos os nossos ais.
As posições transitórias eram as únicas reais.
Um engano, uma decepção, uma ambição insatisfeita, as aparentes injustiças que nos alcançavam ou que divisávamos, o orgulho e a vaidade quando feridos, desencadeamos tormentos infindos, angústia que nos torturavam a todo instante.
Escalamos, com o Espiritismo, a montanha da Vida.
Do ciúme, reexaminando, com as luzes da Vida Eterna, as aflições em que nos afogávamos, estamos compreendendo que, na Terra, grandes e pequenos se confudem e que as mais ambicionadas posições que aspirávamos - e pelas quais tanto sofrimento somamos - mais não são do que as formigas que tomam de assalto montículos inapreciáveis.
Tanta luta e nenhuma elevação perene!
Situações insustentáveis e glórias efêmeras nos pediam esforços sem paz. Após fazer-nos vitoriosos, aos olhos dos que nos comungavam a visão distorcida, eis que nos sentíamos derrotados! Criávamos imperios, tornando-nos escravos de exigências passageiras!
Reajustando nosso juízo sobre os valores da Vida Eterna, o Espiritismo-cristão permitiu-nos um novo realismo - não um realismo material, mas uma realidade da verdadeira vida -  e podemos aquilatar do valor exato de nossas aspirações e, assim, não infringirmos a nós próprios torturas a todo instante.
O sofrimento é transitório; só o bem é eterno.
Do Livro Jesus e Kardec - Roque Jacintho

sexta-feira, 1 de março de 2013

CORAÇÃO EM CRISTO


O Coração que se une ao Cristo, converte-se em lâmpada viva e brilhante,
descortinando a estrada maravilhosa da salvação libertadora.
Acende no vosso coração a luz da benignidade e da humildade, e procura instruir
e consolar de boa vontade a fileira de sofredores, no extenso domínio de sombras,
e te faz merecedor dos aplausos do Céu.
Ajusta a consciência dos próprios erros, antes que as paixões e caprichos
inconfessáveis do plano terrestre te arrastem para o grande vale
do sofrimento humano.
A restauração própria exige esforço e entendimento, para que as aflições
e as feridas reinantes em vosso interior não te fechar a porta libertadora.
Auxilia espontaneamente, porque o serviço ao semelhante liberta de todas as sombras,
e descortina o tesouro oculto do amor, da sabedoria e da humildade, acendendo a luz
no templo da alegria fraterna.
Liberta vosso pensamento da espessa neblina da dúvida, propaga a fé,
suportando pacientemente os revezes do vosso próprio caminho,
auxiliando sem desânimo e amparando sem reclamar.
Planta no coração do próximo a bondade, cultiva-a com amor e humildade,
use o bem em favor de si mesmo, as boas obras são manifestação de vosso amor,
porque o amor é a bússola que conduz às alegrias nas estradas da vida eterna.
William Eduardo
Psicografada por Rozalia P. Nakahara - em 16 de fevereiro de 2013.