O
Sepulcro reserva-nos surpresas inimagináveis. A fé em Deus e o sentimento
divino de amor ao próximo, no plano espiritual, convertem-se em “luz acolhedora”
que nos guia pelos caminhos purificados que nos levam as Esferas Superiores.
A
Benevolência é uma virtude que enobrece o Espírito. Enobrecido, as bênçãos
dadivosas do Plano Divino, auxilia-lhe a compreensão. E ao cruzar a porta do
Sepulcro, amigos bondosos, conduzir-lhe-ão pela senda das bem-aventuranças
eternas.
O
egoísmo que irriga o coração do ser humano, na além-vida, converter-se-á em
lágrimas de tristeza. Os desígnios de Deus não assinalam com sofrimento nem com
angústia o caminho que o homem terá que percorrer. De olhos vendados para o
bem, aprisionaram-se as teias da avareza e da altivez o caminho que ele próprio
escolheu.
O
operário humilde, no plano elevado poderá socorrer o Patrão prepotente.
A
riqueza material, não nos reserva nenhum privilégio para a vida imortal, só a
nobreza do sentimento leva a felicidade e enche-nos de júbilo. Por isso,
devemos seguir os ensinamentos de Jesus, para que, coroados de entendimento
possam auxiliar os sofredores embrenhados nas trevas do padecimento e da
aflição.
Os que
levam impresso na memória a lama da ostentação, quando se veem atolados no
lamaçal da hipocrisia, suplicam por misericórdia uma palavra afetuosa para
suavizar-lhe a angústia asfixiante... Por isso não devemos julgar o nosso
semelhante. O espigão que fere não acende o fulgor do entendimento que nos leva
ao redentor.
Os que
seguem o caminho do mal, a morte do corpo os conduzem as zonas sombrias
do padecimento, cercadas
pelos fios da avareza que eles mesmos teceram.
Perturbados,
não encontram forças para se libertarem. No momento em que o íntimo é
tomado pelo súbito frio, o
pavor do abandono e da solidão os leva aos crivos sombrios, em companhia dos
que no mundo praticaram atividades criminosas. Os erros voluntários e
criminosos do passado, no Túmulo tornar-se-ão tormento consumidor, como
mendigos da inquietação cavam poços abismais do padecimento torturante. Quando
sentem as labaredas do remorso queimar-lhes as entranhas, estampa nos rostos penosa
expressão de amargura e dor. Arrependidos suplicam pelo amor de Deus,
absolvição...
Os
desastres morais de vidas anteriores de reparação difícil, depois do túmulo
envolvem-lhes em forças de padrão vibratório das mais inferiores.
Vítimas
de lembranças dolorosas de outros tempos, afundam no lamaçal das falhas, e o
sentimento acentua-se de maneira terrível, obrigando-os a suplicar Clemência ao
Pai Misericordioso.
Do Livro Aflições da alma - William Eduardo - Rozalia P. Nakahara
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