quarta-feira, 2 de julho de 2014

SEPULCRO


O Sepulcro reserva-nos surpresas inimagináveis. A fé em Deus e o sentimento divino de amor ao próximo, no plano espiritual, convertem-se em “luz acolhedora” que nos guia pelos caminhos purificados que nos levam as Esferas Superiores.

A Benevolência é uma virtude que enobrece o Espírito. Enobrecido, as bênçãos dadivosas do Plano Divino, auxilia-lhe a compreensão. E ao cruzar a porta do Sepulcro, amigos bondosos, conduzir-lhe-ão pela senda das bem-aventuranças eternas.

O egoísmo que irriga o coração do ser humano, na além-vida, converter-se-á em lágrimas de tristeza. Os desígnios de Deus não assinalam com sofrimento nem com angústia o caminho que o homem terá que percorrer. De olhos vendados para o bem, aprisionaram-se as teias da avareza e da altivez o caminho que ele próprio escolheu.

O operário humilde, no plano elevado poderá socorrer o Patrão prepotente.

A riqueza material, não nos reserva nenhum privilégio para a vida imortal, só a nobreza do sentimento leva a felicidade e enche-nos de júbilo. Por isso, devemos seguir os ensinamentos de Jesus, para que, coroados de entendimento possam auxiliar os sofredores embrenhados nas trevas do padecimento e da aflição.

Os que levam impresso na memória a lama da ostentação, quando se veem atolados no lamaçal da hipocrisia, suplicam por misericórdia uma palavra afetuosa para suavizar-lhe a angústia asfixiante... Por isso não devemos julgar o nosso semelhante. O espigão que fere não acende o fulgor do entendimento que nos leva ao redentor.

Os que seguem o caminho do mal, a morte do corpo os conduzem as zonas sombrias
do padecimento, cercadas pelos fios da avareza que eles mesmos teceram.

Perturbados, não encontram forças para se libertarem. No momento em que o íntimo é
tomado pelo súbito frio, o pavor do abandono e da solidão os leva aos crivos sombrios, em companhia dos que no mundo praticaram atividades criminosas. Os erros voluntários e criminosos do passado, no Túmulo tornar-se-ão tormento consumidor, como mendigos da inquietação cavam poços abismais do padecimento torturante. Quando sentem as labaredas do remorso queimar-lhes as entranhas, estampa nos rostos penosa expressão de amargura e dor. Arrependidos suplicam pelo amor de Deus, absolvição...

Os desastres morais de vidas anteriores de reparação difícil, depois do túmulo envolvem-lhes em forças de padrão vibratório das mais inferiores.

Vítimas de lembranças dolorosas de outros tempos, afundam no lamaçal das falhas, e o sentimento acentua-se de maneira terrível, obrigando-os a suplicar Clemência ao Pai Misericordioso.
Do Livro Aflições da alma - William Eduardo - Rozalia P. Nakahara

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