segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A PRECE DOS ESPÍRITOS



Estou verdadeiramente tocado por ver-te, triunfante
Nas presunções do dia, evocar-me, caro filho,
Rezando, mas bramando a lógica impotente
E os vãos argumentos de uma seita nascente,
A qual pretende que o Espírito cumpre um dever,
Suportando teus desejos, fugir e deixar depressa
A morada tediosa do mundo que ele habita,
Para voar, enfim, nesses campos sem limites
Que não entristece tanto como a sombra e o gemido dos mortos.
Então ai grandes palavras e frases conhecidas.
Contudo, se ele vem desvelar as belezas desconhecidas
Desse mundo sem nome, abrir os horizontes
Do tempo, e ensinar, em longas lições,
A grandeza de teu Deus, seu poder eternal,
Sua justiça e seu sublime amor;
Nobre ralhador; responde: dir-me-às que, em troca,
Se ele te pede, um dia, uma curta prece,
Ele é exigente, quando frequentemente na terra,
Para obter os favores que se compram sempre,
A gente te vê suplicando, esmolar todos os dias
à porta dos grandes, como um pobre mendigo,
Suspirando, o pão que deve nutrir sua vida?
Oh! acredita-me, caro filho, pior, três vezes pior
Para aquele que, sempre esquecendo da dor
E as lágrimas de sangue deste mundo invisível
Escutando minha voz fique, insensível,
Se ele não vem de joelhos
Pedir a seu Deus por nós!

CASIMIR DELAVIONE


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