Deus!
Nome sublime e grande que faz tremer a terra e estremecer os céus, que vê
envelhecerem os anos e não envelhece nunca! Santo e eterno mistério, seu berço
faz a noite e o véu dos tempos!
Deus!
Deus que criou tudo, que se criou a si mesmo, que cria o Universo e lhe dá as
suas leis, que faz chegar a todos sua vontade suprema, ao escravo, ao tirano,
as servos e seus reis.
Deus!
Fantasma assustador que açoita a dúvida, essa pigmeia orgulhosa que mede um
gigante quando procura por toda parte e não vê em seu caminho senão a obra do
acaso, o trabalho do nada.
Deus!
Rei do mundo inteiro, que conduz pelo espaço todos esses globos de fogo,
gravitando pelos céus, que lhes traça o círculo e lhes fixa seu lugar onde cada
um deve cumprir seu curso misterioso.
Deus!
Mestre onipotente que comando o trovão quando ele despeja seus raios no cimo
dos montes, que comanda a torrente, quando atira à terra suas vagas negras como
negros demônios!
Deus!
Grande guerra, invisível gênio, que preside aos combates de um povo guerreiro,
protege a águia da bandeira que ele abençoou e dá aos vencedores as palmas dos
louros.
Deus!
Fonte de bondade! Deus que sempre esquece o orgulho do culpado e seu louco
abandono; que não amaldiçoa jamais e responde ai ímpio mostrando-lhe no céu o
amor e o perdão!
Cristão,
eis aí teu Deus! Sua sabedoria infinita põe no caminho, que conduz a seu porto,
três barreiras a franquear: a prova da vida, as tristezas do exílio, as dúvidas
da morte.
Casimir
Delavigne
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