Na existência física, se nos é belo o destino,
transformamo-lo porque o ensejo vulgar nos compeliu às linhas densas dos
desejos carnais. Enredados aos erros e as vicissitudes mundanas, permanecemos
estacionados às sensações sombrias de estarmos nos repetindo, como se dentro de
nós estivesse o conhecimento dos danos morais que transportamos. O pensamento
se emaranha. Infelizmente, a propensão para os erros vulgares nos conduz pela
larga passagem da infelicidade. Com a falta de entendimento, maravilhados com
as facilidades que a vida nos concede, mapeamos erroneamente o caminho do
destino.
Continuou:
Corrompidos pela ganância desmedida, esbanjamos um falso
poder. A superioridade com que acreditamos, na vida maior, converte-se em degraus
tediosos da inferioridade. Se não nos apercebermos dos aleijões morais, as
sensações profundas nos condenarão. Infelizmente, acreditamos que a morte
levará para cova os pecados graves cometidos durante o estágio nas vestes
corpóreas.
Quando o dinheiro nos foi incentivo maior na vida carnal,
cometemos abusos absurdos contra nós mesmos. Dominado pelos prazeres
pecaminosos, na carne, o esplendor da luxuria é luz de satisfação que levamos
em silêncio no íntimo. Passam-se anos, até percebermos que estamos deslizando
nas adversidades. Contudo, a maturidade não abranda as flamas da ambição
inquietante que ativa o anseio de querermos sempre mais...
Quando repousamos a cabeça no travesseiro, em vez da
oração, o pensamento nos apresenta o mapa do dia posterior, e as oportunidades
vantajosas, jamais deixamos evadir-se – elas acrescentam os zeros às contas
bancárias.
A Velhice chega, o corpo tomado por toda sorte de
enfermidade, o pensamento refaz o caminho percorrido anteriormente pelo corpo
físico, as curvas magníficas do destino, se na vida nos pareceu felicidade, na
morte nos serão despenhadeiros nebulosos da infelicidade.
Texto do Livro Laço do Destino - Rozalia P. Nakahara - Respeite os direitos autorais.
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