quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A PRECE



A prece é a flor que vive no mistério,
Que geme sob a folha e sorri ai passante,
Que liberta seus tesouros à brisa leve,
Ao ar frasco da manhã, aos raios do dia nascente.

É o fraco luzir tremente na morte sombria
Que distrai o doente esperando o sono,
Que trespassa o torrão, que se esconde na sombra,
E vem alegrar o acordar do prisioneiro.

É um perfume sutil cujo hálito embalsamado
Toca, agarra, penetra e dilata nossos sentidos,
Em nossos templos sagrados, é a branca fumaça
Que sobe aos céus quando se acende o incenso.
 
Fonte de água viva e pura ela irriga a terra
Onde nasce a Caridade, onde reina o mistério,
Onde desce o Cristo, onde se estabelece sua lei.
 
Amando, nós oremos. Na manhã de sua vida,
No primeiro beijo, a criança parece rezar.
Sua prece é o amor. Ela é pura e bendita.
Ela traz a alegria e a paz ao lar.

Sofrendo nós oramos. A pobre mãe em lágrimas
Que pede ao túmulo a esperança de seus velhos anos:
Sua filha que não mais existe, oferece a Deus seus temores
Com prece. Holocausto igual aos seus tormentos.

Dando nós oramos. A caridade que dá
Ao lar negro e frio, onde vem se assentar a fome,
Vai chorar e pedir a Deus que perdoe
Àquele que a envia ao lar abandonado, sem pão.

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